20 de abril de 2008

Memórias escolares

Uma das minhas maiores influências com relação a leitura e cultura em geral foi Dona Selma, uma professora de Português que tive lá pela quinta, sexta série do ginásio - hoje sexto ou sétimo ano do ensino fundamental. Não sei por que essas pessoas complicam tanto essas coisas de ensino. Ela era louca pelo Chico Buarque e vivia cantando "Ah, se já perdemos a noção da hora...", totalmente desafinada, mas cheia de orgulho. Coitada! Naquela idade ninguém gostava da "chata da professora de Português", apesar dela exercer um papel tão importante. Eu, como ligada ao Chico desde a infância, peguei um certo apego a ela por causa do (bom) gosto em comum. Dona Selma era uma professora dedicada, que sempre vinha com assuntos muito interessantes e ótimos textos para trabalharmos. Fiz minha paródia mais interessante numa daquelas aulas de Português... Ai, ai... Saudades das aulas de gramática...
Enfim. Neste específico momento desta minha "vida, louca vida, vida breve", lembro-me de quando ela nos apresentou a este poema do Drummond:

"João amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria
que amava Joaquim
que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se
e Lili casou com J.Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.”

Creio que naquela época achei o texto engraçado mas hoje, bom, com tanta influência da Dona Selma, eis aí a minha vida. Não com tantos integrantes, suponho. E essa história de convento, bem, essa Teresa não sou eu, definitivamente.

4 comentários:

Guga Detoni disse...

muito agradecido pelo link... lisongeado também.
vou ler mai agora

Alex P. disse...

Duas observações ou impressões, ao ler seu blog, e alguns posts:
Existe uma sinceridade latente, que aflora de suas palavras. Algo que me agradou e muito.
Outra coisa é sobre este último post especificamente. Você deve saber que embora mencione a "Dona Selma" e o "Drummond", na verdade você falou de uma experiência particular, mas ao mesmo tempo universal.

Eu também tive a minha "Dona Selma", e ela também me apresentou o meu "Drummond". Fortes impressões que a mente infantil ainda não podia compreender, mas que só veio a "flor e ser" muitos anos depois...

Voltarei mais vezes...

Anônimo disse...

ei, ninoca!!!

bem-vinda ao meu mundo! hehehehe

minha vida nao e tao diferente nao!!!

bjocas

Maddie disse...

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