25 de junho de 2007

Arriba!

No post anterior eu disse que não sabia escrever "a riba". O correto é "arriba"- Español. Arriba é usado quando se quer passar ânimo a alguém, dar incentivo.
Então é isso.
Arriba, muchachos!

24 de junho de 2007

Ao Dia do Esporte

Ontem, 23 de junho, foi comemorado o Dia do Esporte. Não pude aparecer por aqui, mas também não podia deixar essa data passar sem uma comemoração ou um comentário. Então, deixo o Top 4 com os meus esportes favoritos:

4º Lugar:
Levantamento de garfo.
Este esporte é uma maravilha. Uma lasanha, um bifinho à milanesa com bastante batata frita acompanhando, um arrozinho com feijão, ovo mexido também vai, macarrão com bastante pimenta, camarão também, feijoada, strogonoff, mocotó, um franguinho... (Humm, me bateu até aquela fominha.) Tem alguma coisa melhor que se exercitar e recuperar as energias ao mesmo tempo? Você mantém o braço firme, durinho; pras mulheres, acaba com aquele papo que fica balançando sempre que se dá "tchauzinho". Fala sério. Devia ser esporte olímpico. Eu acho!

3º Lugar: Malabares.
Eu tenho um gosto especial pelo Swing-Poi. Agora, falando sério, esse aí além de divertido é bastante útil pros "braços do tchauzinho" femininos. Mas cansa, viu? Pra quem tem vida sedentária é bastante complicado, no começo, mas depois é moleza. A gente acostuma com - quase - tudo na vida. O Swing-Poi ficou mais conhecido, e acabou virando uma moda, por causa das raves, que se tornaram febre nos últimos tempos. O gostoso desses malabares é que você pode dançar e brincar com eles ao mesmo tempo. Tem também aqueles inflamáveis, que ficam lindos no escuro. Só não é recomendado pra quem não tem muita intimidade com o objeto; aliás, pode ser um grande perigo... Evitem fazer isso em casa!

2º Lugar: Levantamento de tulipa.
Aliás, só de tulipa, não. Levanto também copos em geral, taças, garrafas, baldes, e se não tiver mais nada, até pires. É isso mesmo! "Eu bebo, sim! E estou vivendo. Tem gente que não bebe e está morrendo." Ah, uma cervejinha, uísque, tequila, caipirinha, chopp, vodka... "Desce aí, garçon!" Aquelas 37 saideiras... Tem musiquinha e hino pra essas bebidas. Uma beleza. Num boteco bem pé sujo ou num barzinho bacana, o que importa é a boa companhia e a bebida gelada (ou quente, com uma rodelinha de limão). Antes de beber tequila, por favor, repita comigo: "Faz mais de dez segundos que este velho peito não bebe. Bebo porque vejo no fundo do copo (diga alguma coisa que você queira muito, por exemplo: o rosto da mulher amada). Sai, cachorra! Sai, vadia! E é por isso que eu digo: A riba, a bajo, al centro y a dentro!" (Não sei escrever "a riba", não sei se está correto, mas é assim que se fala, hehe.)

1º Lugar: Risadas com amigos.
Esse nem precisa de descrição... Desde que o mundo é mundo, os amigos são a forma mais certa de se obter alegria e boas risadas. Não tem esporte melhor do que gargalhar após ouvir aquela piada sem graça que o seu amigo bêbado já contou umas mil vezes, e depois dizer que estava rindo da cara dele, só para deixá-lo puto e todos rirem mais ainda. Quem é que não gosta de estar naquela rodinha, falando sobre coisas muito úteis e importantes, mas morrendo de rir? Aliás, rir é um ótimo remédio, além enrigecer músculos faciais, libera um monte de coisas bacanas no cérebro, podendo até ajudar na recuperação de doenças. Por isso, rir é meu esporte favorito. Hahahahaha.

Pronto. Taí o meu Top 4 esportivo. Eu poderia fazer um Top 5, mas aí ficaria impróprio para menores. :]
Boa semana, meu povo!

Porque histórias de amor têm de ser clichê

Naquele dia, Gabriel acordou atrasado. Ele tinha 20 minutos para fazer tudo e estar no trabalho antes do seu chefe. Impossível. Já seria o terceiro atraso e ele estaria a um fio da demissão.
-"Porra! Preciso de um milagre."
Jogou o cobertor pro lado e preparou-se para bater o recorde mundial de velocidade nos 5 kilômetros com barreira, rumo ao seu destino. Foi quando notou não estar sozinho na sua cama de casal king size. Olhou bem, esfregou os olhos e voltou a olhar: uma ruiva linda de cabelos longos, branca como leite, pele macia e sedosa, dormindo como um anjo em meio aos travesseiros. Lembrou-se do nome dela: Alice. Junto com o nome, vieram as recordações do pedido de casamento que fez a ela ao pôr do sol de uma linda tarde em Búzios, da festa de noivado, da festa de casamento naquela fazenda em Taubaté, da abertura daquele exame de gravidez, do primeiro parto, do segundo parto, do terceiro parto. Olhou o relógio outra vez às 7:46... de uma manhã ensolarada de domingo. Não, ele não estava atrasado pro trabalho na sua empresa, mas estava pra pescaria com as crianças. Maria Luísa, a mais velha, entrou com tudo no quarto:
"Pai, seu irresponsável! Levanta, que os peixes não podem esperar por nós!".
Logo se podiam ouvir os gritinhos dos 2 menores, João e Mônica, que pularam feito gatos na cama, acordando a mamãe. Ah, aqueles olhos verdes... Alice era ainda mais linda quando se esticava toda na cama, pra espantar a preguiça. Gabriel a viu sorrir, e lembrou do motivo porquê se apaixonou por ela. Levantaram-se todos, correndo, voando. Os peixes não estariam ali para sempre. Arrumaram-se, pegaram chapéus, varas de pescar, um pote grande cheio de minhocas, cesta de piquenique. Alice caprichou nas comidas e nos lanches. Gabriel pôs tudo e todos no carro e lá foi a família, rumo ao lago dos peixes apressados. Havia uma enorme faixa de grama, onde estenderam uma toalha xadrez. Pegaram o barco, os homens da casa, enquanto as mocinhas medrosas ficavam observando. Pescaram, conversaram, comeram, brincaram e riram até que os corpos pedissem descanso. Puseram tudo de volta no carro ao entardecer e voltaram para casa, felizes da vida.
-"Crianças, pro banho!", falou com autoridade a primogênita.
Ela era um doce e cuidava como ninguém daqueles pequenos. O banho foi uma farra, enquanto os pais namoravam mais um pouco. Beijos de boa noite dados, foram todos às suas camas para dormir.
-"Agradeço a cada instante pelo dia em que te conheci. Contigo sou feliz como poucos podem ser", ouviu Gabriel daquela mulher encantadora. E teve lindos sonhos, por toda a noite.

Naquela manhã, Gabriel acordou com o despertador berrando em seu ouvido. Olhou para ele e viu que ainda podia dormir por mais 5 minutos. "Melhor não", pensou. Deu uma olhada em volta e jogou para o lado o cobertor, levantando num pulo da sua caminha de solteiro, rezando para que aquela chuva parasse, pois seu guarda-chuva já estava muito caído. Tomou seu café, tomou um banho e tomou o caminho pro trabalho. Foi de pé no ônibus lembrando dos detalhes do sonho bom que havia tido noite passada. Chegou no trabalho cedo, dando bom dia até pras plantas.
-"Já conhece a nova secretária, Gabriel?", perguntou Odete, a divertida faxineira.
Curioso, foi até a sala com passos acelerados. Deu de cara com uma linda ruiva de cabelos longos, branca como leite, pele macia e sedosa e um par de inesquecíveis olhos verdes. Em choque, estendeu a mão:
"Bom dia. Trabalho aqui, na mesa ao lado. Eu me chamo Gabriel."
E, com um sorriso do tamanho do mundo: "Prazer, Gabriel. Meu nome é Alice."

21 de junho de 2007

Informação bem útil

Fiquei sabendo no começo da semana, apenas, que o Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo, o Cinesul, está rolando desde o dia 12 desse mês e que termina no próximo domingo, 24. A divulgação é quase inexistente. Então tento dar a minha forcinha, aqui. O festival está nas comemorações do seu 14º ano e, além da tradicional mostra de cinema latino-americano, inova com filmes espanhóis e portugueses. Para os amantes do cinema, fica a dica. As sessões estão rolando nos espaços:

Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
Tel.: 3808-2020

Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro
Tel.: 2253-1580

Casa França-Brasil
Rua Visconde de Itaboraí, 78 - Centro
Tel.: 2253-5366

Centro Cultural Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 - Centro
Tel.: 3212-2550

Cinemateca do MAM
Av. Infante Dom Henrique, 85 - Centro
Tel.: 2240-4944

Instituto Cervantes
Rua do Carmo, 27, 2º andar - Centro
Tel.: 3231-6561


Ah! No MAM, as amostras são de filmes do Hugo Carvana. Acreditem: vale a pena! Um baita programão de boa qualidade e baixíssimo (quando não nulo) custo. Essas coisas a gente não vê em outdoors por aí...

E o pior é que ele é pop

Boa noite, senhores. Lembram-se da Operação Navalha? (Aquela a respeito do superfaturamento em obras públicas que mostrou o rabo preso de um monte de gente "grande".) Pois então. Foi feito um pedido para que houvesse uma CPMI a respeito deste caso. Já era certo de acontecer a tal comissão, pois já haviam ocorrido as votações e a maioria dos parlamentares escolheu "sim", mas 4 deputados voltaram atrás. Adivinhem quem está nesta lista?! O excelentíssimo (e não me canso de repetir esta palavra em tom irônico, gritando para quem queira ouvir e despejando perdigotos mil, vergonhosamente) senhor Edigar Mão Branca Chapéu de Couro! Eu amo este homem. Ah, sim. Amo! Nem citarei o Clodovil, ou melhor, o senhor deputado Clodovil Hernandes, porque senão ficarei escrevendo aqui a noite inteira. Só passei para registrar a quantidade de vezes que tenho tido notícias sobre o deputado mais fashion do parlamento brasileiro em tão curto período de tempo. Aliás, acho que já chega de falar em política, não? Cansei.

19 de junho de 2007

Se isso vira moda...

E volto a falar sobre os pobres senhores trabalhadores do poder legislativo brasileiro...

Os grandes amigos do povo, que tanto trabalham, nem ao menos têm direito a vestirem-se de modo a sentirem-se confortáveis. Li hoje que o excelentíssimo senhor deputado Edigar Mão Branca queria garantir o seu singelo direito de usar chapéu de couro no plenário da Câmara dos Deputados. Ah, gente. Coitado! Era só isso o que ele queria. A chata, feia e boba Mesa Diretora da Câmara havia anunciado que proibiria o uso do acessório. Aí o deputado foi e emitiu um pedido de liminar, para que não precisasse estar sem o seu pedaço de couro de estimação, durante o período de trabalho árduo que tem que cumprir, lá na Câmara. O tal pedido ingênuo foi parar no Supremo Tribunal Federal, onde trabalha o malvado senhor ministro Gilmar Mendes, que acabou com a alegria do pobre Mão Branca que, indignado disse que a proibição o impediria de “exercer livremente o seu mandato” e limitaria “os seus direitos de ir e vir e de se expressar”.
Apoiado, deputado! A galera passando fome, sem direito à educação básica de qualidade, as escolas que funcionam não têm merenda pros alunos e menos ainda pros professores, outras não têm nem prédios, cultura é utopia, o desemprego continua, a violência bate recordes, até a camada de Ozônio corre perigo deixando na mesma situação todo e qualquer habitante do planeta Terra; mas o que importa mesmo é o seu bendito chapéu de couro! Eu assino em baixo. Se quiser fazer algum (qualquer um) tipo de manifestação pró-chapéu-de-couro-e-afins, deputado, conte comigo.
Envie-me um e-mail para:
babacasreunidosganhandodinheirofácil@paísbaderna.br

É tudo uma pouca-vergonha...

Boa semana a todos os que não usam chapéus de couro.

Um brinde ao Chico!


Hoje comemora 63 anos, o meu querido e amado possuidor de lindos olhos e belas canções, Chico Buarque.
Parabéns, Chico!! Viva bastante, até que eu possa finalmente ir a um show teu. (hehe)

17 de junho de 2007

Por um mundo melhor



P.S.: Passei um belo tempo fazendo este desenhinho no Paint. :)

14 de junho de 2007

Sir Arthur Conan Doyle

( Meu prezadíssimo escritor - um dos favoritos -, A. Conan Doyle )

"No momento, nosso mundo de humanos é baseado no sofrimento e na destruição de milhões de não-humanos. Aperceber-se disso e fazer algo para mudar essa situação por meios pessoais e públicos, requer uma mudança de percepção, equivalente a uma conversão religiosa. Nada poderá jamais ser visto da mesma maneira, pois uma vez reconhecido o terror e a dor de outras espécies, você irá, a menos que resista à conversão, ter consciência das permutações de sofrimento interminável, em que se apóia a nossa sociedade."

Porque ele não só escreveu histórias do Sherlock Holmes...

13 de junho de 2007

Vagueio, porque não sou de ferro.

( E volto ao meu querido Peanuts! )

Quem nunca se viu pensando em nada e em tudo de uma só vez? Viajar na formiguinha levando um grão de açúcar, deitar na cama e ver desenhos no teto, olhar para uma pipoca e ver um caminhão, fechar os olhos e desenhar uma flor... Às vezes é bom deixar que a nossa mente trabalhe alheia às nossas vontades. Pegar papel e caneta e escrever o que der na telha, o que vier à mente.

"hug blusa head caminho avião curvas perigo
guerra mandar busca calor penteado caramba idiot
lagartixa coco isqueiro gol Darvin churrasco
frescura calhambeque pedreira vendido maternidade
dúvidas quantidade naturalmente love fridge simples jardineiro..."

É isso o que sai da minha mente, agora. Divago, pois. Quem é que não o faz?


12 de junho de 2007

E aqui termino as prosas sobre o querer.

De acordar e pensar... Abrir o olho e dizer: "Hummm, você está aqui outra vez!" (Como se alguma hora você tivesse saído daqui.) Eita, grude! Aonde vai o meu pensamento, lá está... Estranho que seja assim e que tenha tanto medo de deixar isso mais claro.
Por que é que eu digo a mim mesma que não posso? Nunca ouvi isso que não fosse da minha própria boca. Quem é que sabe se não? Eu é que não sei. E essa história de "não sei" tem me intrigado. Mudo então para sei lá. Sei lá se isso aqui chega aos teus ouvidos. Sei lá se isso aqui te importa, mesmo... Mas sabe aquilo que faz bem? Aquilo que se quer ter perto? Que dispara o coração? É isso. É isso. Coisa simples demais para deixar guardada. Mas confunde tanto que não acho as palavras em meio à covardia.
Sob uma lua ou um sol num céu lindo, está. Sempre está. Nunca está. Acho que é aí que complica. Presença na ausência. Mas muita, muita presença enquanto presente. Sempre presente, mesmo quando não. Palavras confusas, menina confusa; menina-mulher. Mulher, menina, me-Nina? Esse tal de querer nos deixa complicados como "2+2=4" e leves como uma bigorna de desenho animado. Na verdade o que quero mesmo é saber quantos quilos você pesa...

"But if there's one thing I must do, despite my greatest fears... I'm gonna say to you how I've felt all of these years".


Happy "Valentine's"!

(Imagem: oamareloeonada)


Como citei este belo escrito num post anterior, ei-lo pois, para vosso deleite cultural, neste fabuloso "dia de gastar dinheiro":


Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Moraes

Nada melhor que uma carta de amor

Alfred Douglas foi o grande amor da vida de Oscar Wilde. Nada melhor do que uma carta apaixonada neste dia dos namorados:

"January 1893, Babbacombe Cliff

My Own Boy,
Your sonnet is quite lovely, and it is a marvel that those red-roseleaf lips of yours should be made no less for the madness of music and song than for the madness of kissing. Your slim gilt soul walks between passion and poetry. I know Hyacinthus, whom Apollo loved so madly, was you in Greek days.
Why are you alone in London, and when do you go to Salisbury? Do go there to cool your hands in the grey twilight of Gothic things, and come here whenever you like. It is a lovely place and lacks only you; but go to Salisbury first.

Always, with undying love,
Yours, Oscar."

11 de junho de 2007

Cartilha simplificada da filosofia "Tudo Bem"

Parágrafo único: "Há que se viver intensamente todos os dias e fazer de cada momento a loucura suprema. Com os erros e acertos, ganhar força... Para errar e acertar de novo e de novo. Sendo forte, transformar os sonhos em conquistas. Conseguir acordar ao amanhecer para fazer o dia ficar mais longo. E levantar da cama com uma única certeza: "I can do anything. I can heal anyone". Superar-se. Ser sempre melhor do que você mesmo pode ser. Não se deve visar o outro em busca de nada. Vise os seus limites e ultrapasse-os. Ganhar mais e mais força é a meta. Sorrir para si, se dando coragem para seguir adiante. Aprender com tudo. Aprender o que ser, aprender o que não ser. O que dizer e o que esquecer. Aprender a amar. Amar muito, sempre. Amar como uma chama, que se apaga. Há que se ter um extintor em você, não se pode morrer queimado de amor. Mas é primordial que se tenha sempre amores que te possam dar um colo, pois "é impossível ser feliz sozinho". Descobrir o máximo do seu próprio eu. Absorver o máximo de si. Viver a sua vida, com o que você tem a oferecer, fazendo uma eterna auto-reciclagem. Ter certeza das batalhas a enfrentar, não criar expectativas em demasiado, diminuir os riscos de decepção. Perceber-se bom nisto ou naquilo. Auto-confiança e reconhecimento nos dão um gás novo. Que te chamem de metido, de nariz empinado. Só as pessoas que te querem bem importam de verdade. E estas, mesmo que te chamem de louco, continuam querendo o melhor pra você, sem te dar rasteiras. Fique só, pense em silêncio, não conte seus planos aos 4 ventos. Vista-se de acordo, mas sinta-se bem com o que veste. Fale sempre a verdade, ou pelo menos o máximo possível: não vá causar problemas futuros a si mesmo. Viaje. Escreva. Beije na boca, faça amor, faça sexo (com segurança). Faça sorrir uma criança desconhecida. Dê bom dia, boa tarde, boa noite. Trabalhe com vontade de crescer, mereça. Viva! E tenha a certeza de que tudo ficará bem, muito bem..."

Boa semana!

10 de junho de 2007

Sentidos falhos

O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida:
"-Senhoras e senhores, eu sou um canalha".

Nelson Rodrigues

Post dirigido a Mim

Dizem as línguas (não sei se as más, as boas, ou as que estão em cima do muro) que Jamie Cullum é o novo Sinatra. Well, não concordo muito com isso, mas acho que o garoto tem bastante talento. Ouvindo uma canção do mesmo, "Next Year, Baby", da qual gosto muito, resolvi escrever sobre a tão vivida procrastinação.
Procrastinar: v.t. 1- Adiar. 2- Usar de delongas em algum negócio; contemporizar.

Eis a letra:
"Next Year, things are gonna change. Gonna drink less beer and start all over again. Gonna pull up my socks, gonna clean my shower. Not gonna live by the clock, but get up at a decent hour. Gonna read more books, gonna keep up with the news. Gonna learn how to cook and spend less money on shoes. Pay my bills on time. File my mail away, everyday. Only drink the finest wine and call my Gran every Sunday.
Resolutions. Well, Baby, they come and go. Will I do any of these things? The answer's probably no. (...)"
Vejo-me dizendo estas coisas. E repetindo-as, a cada ano.
"Segunda-feira começo uma dieta."; "Semana que vem, procuro um emprego!"; "Ano que vem entro na faculdade."
Por que não agora? Por que não hoje? Usa-se o "não posso" para justificar algumas destas questões. Mas nem sempre poder é o verbo correto. Não se quer. E se deixa para depois. Contudo esquece-se de que não se procrastina a morte, e que o amanhã pode não existir.
"Nossa, que pessimista!", você deve estar pensando. Porém não se trata de pessimismo, e sim do contrário. Deixar de lado os medos e receios e "meter as caras" é o melhor negócio. Claro que nem sempre é possível fazer isso, mas aí contorna-se a situação de outras maneiras. O importante é tentar, e tentar com vontade. Parar de achar que amanhã isso ou aquilo pode ser resolvido melhor do que hoje. A hora é agora!! (Nossa, que frase horrível!) Enfim.
Continuando a letra:
"(...)But if there's one thing I must do, despite my greatest fears... I'm gonna say to you how I've felt all of these years."
Os momentos passam e as coisas mudam. E aí as belas histórias deixam de ser escritas.
Atreva-se! E, se quiser, pode tomar este "Mim" do título pra você. Mas só se quiser! :]

Bom domingo!

9 de junho de 2007

Das dicas in-úteis

Término de namoro é sempre um troço bem chato. É chororô pra lá, saudades e tristezas pra cá, um horror. E a pior parte nisso tudo são os pertences que você acaba por esquecer e deixar na casa do ex-amor-da-sua-vida. Tenho vasta experiência com perdas ao fim dos namoros. (Não que eu tenha namorado taaanto assim, mas sempre acabava me empolgando e emprestando coisas muito estimadas aos ditos cujos.) Já deixei para lá camisa, casaco, bonés, anéis, colares, pulseiras, meias, bichos de pelúcia, livros, chaveiros bacanas, calcinhas - como não? -, placa de carro da Califórnia, CD's, DVD's... Esses dois últimos foram os mais dolorosos e freqüentes. Numa dessas aventuras, perdi o meu "Live at Pompeii", do Pink Floyd e noutra, o "Pulp Fiction", do Tarantino. Fazer o que? A gente sempre acha que "o que é dele é meu" e acaba deixando, deixando... Na verdade a maioria das coisas não me importa mais. Comprei outras e fiquei bem sem as lembranças e blá blá blá's. Mas o meu Tarantino? O meu Pink Floyd? Ah, esses me doeram. Por isso, dou a dica:

• Pense sempre no "Soneto de Fidelidade" ("Que não seja imortal, posto que é chama...", graaaande Vinícius!!) - não deixando de ser romântico, nem de acreditar em amores que durem para sempre, pois eu mesma acredito que isto exista (aí entra a outra parte "...mas que seja infinito enquanto dure") - e tire uma cópia de tudo o que for emprestar ao atual amor da sua vida... Deixe a cópia! Ainda mais se for um filme do Tarantino ou um DVD do Pink Floyd. ¬¬

.

3 de junho de 2007

Citando a infância - parte 8

Preciso começar este post comentando outra vez o título do blog. A idéia do "Flor-e-Sendo" é crescer e evoluir, sempre. E nada é tão importante para se construir um futuro quanto uma base, uma história. Como já disse: acredito que um passado, mesmo esquecido, influi no presente. Então tenho as minhas histórias todas guardadinhas aqui, no meu arquivo mental, para sempre aprender com elas.

Costumo olhar o céu, toda madrugada. É quando, geralmente, ele está mais limpo, mais bonito. (Acabei de voltar do banheiro e adiar o banho por lembrar que fazia isso quando criança.) Morava numa casinha simpática, com janelas de madeira que me pareciam enormes, devido ao meu tamanho. Costumava abri-las antes de dormir para olhar pro alto e receber a última dose de alegria do dia. Ficava por longos minutos me imaginando no meio daqueles pontos brilhantes, passeando, admirando. E era também gostoso voltar ao chão pois, bem em frente à minha janela, ficava uma amendoeira bem alta - tudo em maiores proporções, pelo meu olhar infantil - que abrigava montes de bichinhos, ao pôr do sol. Ali eu via pica-paus, cigarras, formigas gigantes, mais passarinhos de várias espécies, micos brincalhões que me roubavam bananas... Mas eu era criança, e as sombras tinham o papel de me amedrontar. Quando elas lembravam disso, trabalhavam e eu fechava a janela, com medo. Ainda assim, ia dormir satisfeita. Eu tinha viajado longe, sem sair da janela. A sensação de liberdade era inexplicavelmente forte.
Mudamos. Hoje moro numa casa com janelas de ferro, com grades. Continuo o meu ritual durante as madrugadas de insônia (todas), mas não sinto mais aquela liberdade. Engraçado como as pequenas coisas boas me fazem falta. Fico escolhendo o melhor ângulo entre as grades para observar o céu e o pé de jambo, que fica próximo à janela do meu quarto. Sorte, a minha. Ao menos posso ouvir o barulho dos bichinhos que teimam em fazer arruaças ao meu redor. Mas ainda assim sinto falta de poder pôr a cabeça para fora e ver o que quiser.
Enfim.
Todas as casas deveriam ter janelas de madeira e pica-paus no quintal.
Acreditem.


P.S.: Agora vou ao meu banho.

2 de junho de 2007

Norman Rockwell

Falando em cultura, arte!! Esse cara mandava muito bem...

Mais palavras.

"Tem palavra que não é de dizer
nem por bem nem por mal.
Tem palavra que não se conta
nem pra um animal.
Tem palavra louca pra ser dita,
feia, bonita e não se fala.
Tem palavra pra quem não diz,
pra quem não cala,
pra quem tem palavra.
Tem palavra que a gente tem
e na hora H
falta."

Alice Ruiz
.

Em uma palavra: absurdo.

É bem sabido que a cultura no Brasil precisa receber mais investimento. Na verdade, muito mais investimento. Há 16 anos foi criado o Projeto Nacional de Apoio à Cultura, ou Lei Rouanet, que consiste na permissão do investimento de 4% do imposto de renda devido das empresas em projetos culturais. É pouco, mas é algo. Há um tempo andou circulando em todos os veículos de comunicação a notícia de um projeto de lei assinado pelo excelentíssimo senhor senador Marcelo Crivella que, por acaso, é sobrinho do Edir Macedo - para quem não lembra, fundador da Empresa, perdão, Igreja Universal do Reino de Deus. A criatura quer que a fé vire cultura. (Eu, sempre caindo nessas pegadinhas de rima. Ainda arrumo um jeito de ganhar dinheiro com isso.) Segundo o senador, "nada expressa melhor a formação de nossa cultura que o caldeamento das diversas religiões, seitas, cultos e sincretismos que moldaram o processo civilizatório nacional".
Ora, façam-me um favor. Com tanto dinheiro investido pelos fiéis iludidos de todo o país, eles ainda querem tirar da "pobre" cultura a parte que lhe cabe? É revoltante. Um absurdo!
O projeto só não foi aprovado em caráter terminativo porque o queridíssimo senador Sibá Machado, do Acre, apresentou uma emenda e fez com que o tal voltasse pra aprovação do plenário. Nesta, o homem achou necessário que fosse corrigida uma parte do projeto original, que dizia que os benefícios da Lei Rouanet deveriam se estender a "Templos". Acrescentou assim um "de qualquer natureza ou credo religioso". Pronto. Agora qualquer lugar que se intitule templo religioso poderia usufruir do dinheiro das empresas, porque também seria cultura.
E ainda elegemos esses putos para cuidarem do nosso país... É brincadeira.

Assine aqui. Uma petição online para tentarmos fazer algo a respeito.
Sinceramente, o que eu queria era ver o povo nas ruas, mais uma vez, lutando pelo que acredita. Mas se é tão cômodo como está, indignada, me retiro.

Bom domingo de preguiça...