17 de julho de 2007

Utopia de risco

Enquanto ainda lembramos do Maracanã em peso enchendo de vaias o fanfarrão Lula, somos todos "surpreendidos" (muitas aspas, pois na verdade já era mais do que esperado) por mais um acidente envolvendo aviões brasileiros. Na verdade, uma grande tragédia com um airbus da TAM. Cara, é revoltante. A crise aérea já vem rolando há um considerável período de tempo; muitos acidentes de menor porte já ocorreram; a, depois deste fato, segunda maior catástrofe da história da aviação brasileira está, até hoje, sem que seu inquérito receba um ponto-final com conteúdo satisfatório. Somos aconselhados a "relaxar e gozar" enquanto compatriotas perdem as vidas de maneira extremamente violenta por falta de cuidado com um dos mais importantes aeroportos brasileiros. Em 48 horas ocorreram 2 acidentes devido à falta de aderência das pistas de pouso e decolagem. Este, ainda não se sabe certamente, pode ser o terceiro. Há 17 dias a pista principal foi reaberta, depois de outros 45 dias fechada para reforma. Reforma, aliás, que só foi feita após muito reclamar dos pilotos, que disseram que não haveria mais condições de se trafegar ali. O problema é que a reforma não acabou. Falta ainda que o grooving, que são aquelas ranhuras laterais que compõem o sistema de drenagem das pistas, seja feito. Diz-se que o airbus, que transportava 176 pessoas entre passageiros e tripulação, tentou um pouso sem sucesso e não conseguiu força no motor para voltar a arremeter. Falta de freios? Falta de aderência da pista? Falha do piloto? Ainda não se sabe. O que se tem certeza é que muitos brasileiros já morreram nessa brincadeira de voar. O que há? Perguntada sobre o porquê de não ser colocado um concreto poroso ao longo das pistas, uma vez que isso resolveria o problema da falta de aderência, a Infraero apenas disse que "o projeto custa milhões". Agora me digam, caros leitores: se o "honesto" irmão do excelentíssimo senhor presidente ou qualquer parente de outro grande nome da política ou da politicagem nacional estivesse naquele avião, morrendo de maneira tão brutal, os senhores acham que a coisa poderia mudar de figura mais rapidamente?
Sinceramente, eu lamento pelo agonia de quem estava no avião e pela dor e sofrimento de quem eles deixaram aqui fora. Rezo para que, num belo dia de verão, alguém se conscientize de que jogar The Sims e cuidar de um país não são a mesma coisa.


Boa semana, senhores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Nina meNina!

Te mandei o email com as regras do "desafio fenomenal", ta?

beijinho