31 de maio de 2007

Abolindo e apreciando

Hoje decidi: retirarei uma palavra do meu vocabulário. Sabe aquela que esses brasileiros cismaram de inventar só para ficarem diferentes? Ai, esses brasileiros... Só fazem merda! Qual é a outra língua que possui uma palavra para tal sentimento? Mas o negócio é simplificar, né? Deixar mais fácil ao alcance, essa bosta de sentimento infeliz.


*Tenta acalmar-se ao ver que está um tanto exaltada além da conta. Retrata-se junto aos brasileiros, grupo no qual se encaixa tão orgulhosamente.*

Ok, vamos outra vez:
Aboli hoje a palavra saudade (ai, que ruim!) da minha lista. Não gosto da sensação que ela me causa. Saud... Sa... Ah, esse negócio desagradável!:
S.f. Lembrança triste ou suave de pessoa(s), situação(ões) ou coisa(s) ausente(s) ou extinta(s).

Não quero nada melancólico em mim.
Começo então uma campanha radical pela abolição da saudade.
Vão, pessoas, ao encontro daquilo que prezam! Vão atrás do que querem bem, do que sentem falta. Não deixem que esta palavra horrível seja parte do seu cotidiano. É bom que se sinta uma falta, porque o ser humano confuso não consegue ter sempre a mesma coisa por perto pra que não enjoe. Mas s-a-u-d-a-d-e é um troço muito desagradável.

Mas como é bem legal curtir uma sa... uma lembrança boa, deixo aqui um videozinho que me alegra sempre: Tom & Jerry. (Ai, ai... Como eu amo os cartoons!)

E completando a pequena dica de hoje temos Ella Fitzgerald.
*Palmas, senhores! Palmas!*
Ouçam Ella Fitzgerald! Delícia de voz e de estilo. Considerada uma das mais influentes cantoras de Jazz da história. E me faz sentir em um episódio de Tom & Jerry, em algumas canções.
Pena ela já não mais poder agraciar-nos com sua bela voz. Já está cantando num lugar melhor, há mais de 10 anos. Mas seus discos ainda podem ser encontrados, graças à "mudernidade".

Para quem não conhece, fica a dica.
Para quem já teve o prazer, vale matar a tal palavra abolida, não?

That's all, folks. Ótimo fim de semana.

30 de maio de 2007

Wishes

( Foto: "Stonehenge" por David Clapp )


Dentre as várias graduações que pensei para mim (Letras, Psicologia, Educação Física - como qualquer pré-adolescente normal que queira moleza e que pense saber o que é a tal -, História, Matemática - e daí pra Física foi um pulo -, Direito, Turismo e Hotelaria, Cinema, Dança!!, Artes Cênicas, Jornalismo, Astronomia, Ufologia e etc...) estava a Fotografia. Como já deixei bem mais do que claro aqui, escrever com a luz é uma grande paixão que possuo. Já desisti da tal graduação, por não achá-la tão cabível à minha realidade, mas ainda pretendo trabalhar com isso. É um emprego que custa caro, por isso vou procrastinando o começo dessa aventura. Porém, assim que puder comprar os "lápis" apropriados, vou escrever belos "textos". Podem apostar.
By now
, deixo aqui um link com obras de um grande "escritor": o britânico David Clapp (linkado várias vezes, por precaução). Vale a pena conferir o que ele é capaz de fazer com lugares belíssimos à vista.


Boa quinta-feira, senhores.

27 de maio de 2007

Solidão

( Sunrise in Búzios, por Nina Braga )


Todos os momentos de solidão podiam ser bonitos assim. Ao menos faria sentido estar sozinho sem se querer.
Acordar enquanto todos dormem, esperar que o alguém te aqueça do frio enquanto este te rouba o cobertor, mas, ainda assim, velar seu sono. A única companhia restante é uma câmera. Bendita câmera. Graças a ela você pode escrever com a luz sobre esse dia que começa. Uma bela manhã, enquanto todos dormem. Só você aprecia esse minuto em que o Sol se levanta no horizonte ainda estrelado. Você se vê só, no meio de uma multidão. Emociona-se com tamanha beleza e se mexe, tentando fazer alguém despertar pra compartilhar tal momento. Nada. Afinal por que é tão importante uma companhia? Será que é tanto quanto pensa? Veja que o novo dia vem e você viu, mesmo só. O lindo instante foi imortalizado pela fotografia e pelas lembranças boas do calor chegando, da luz invadindo. Ninguém atrapalhou, enquanto você estava só. Só com suas loucuras, pensamentos, sonhos. No fim, foi bom. Talvez o que foi para você um momento mágico não significasse tanto para os outros. Foi bom. Foi bom...
Solidão...
Ah!, se todos os momentos de solidão fossem assim...

Namaste.

16 de maio de 2007

Demonstre!

"Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora."

"Ternura", Vinícius de Moraes
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E se sua mãe virasse suco de laranja??

14 de maio de 2007

Para começar bem o dia

( Foto: Nina Braga )


Queria ter a disposição dos meus avós, e acordar com o Sol raiando no céu. O dia rende tão mais quando isso acontece! Parece ter mais horas, sei lá. Como não possuo tamanha força de vontade, ainda, aprecio o nascer do Astro Maior através desta foto, que tirei em um dia raro de "disposição matinal".

12 de maio de 2007

Sobre a bruxinha da infância

A cada dia acredito mais que a sua fase adulta é um reflexo da sua infância. Quando criança, eu adorava fumaça. Sempre fui fascinada por ela. Fantasiava que a fumaça podia me levar a qualquer lugar que eu quisesse, neste ou em outros mundos. À tardinha, meu pai punha fogo nas folhas do quintal; eu pegava uma vassoura e fingia ser uma bruxa boa como em fábulas que lia. Fazia um enorme esforço mental, querendo pôr a vassoura no ar. Dado um momento, fechava os olhos e podia sentir que estava mesmo voando. Ia looonge... Além de qualquer lugar alcançável a olhos humanos. Eu estava acima do mar, das casas, das montanhas. Via tudo pequenininho, lá de cima. Sentia o vento, o cheiro do mato. Podia ouvir o barulho das ondas... Eu era feliz de verdade naquele momento de viagem mental. Eu era DDA* e não fazia a menor idéia do que fosse isso. Ninguém nunca pensou em rotular, ou mesmo dar maior atenção às peculiaridades daquela garotinha quieta. (Acho que foi o melhor que fizeram por mim.) E assim, continuava em minha viagem ao redor dos mundos, no meu mundo imaginário de criança. Não estava nem aí pra Camada de Ozônio, pros meus pulmões... Eu queria era ir embora com a fumaça. E ela ia ficando escassa, o fogo acabando. Aí eu voltava ao chão, realizada. Meu pai ria, sem entender. Eu ria, de feliz que estava. Então voltava a brincar sozinha, no meu "universo paralelo".
Até hoje é assim. Mas a minha fumaça agora vem de dentro, pois me preocupo com a Camada de Ozônio.


*DDA: Distúrbio do Déficit de Atenção. Vide link na sigla.

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Preocupa-se com o futuro do seu mundo?

Saiba um pouco aqui sobre a tal Camada de Ozônio, o tal Aquecimento Global e as medidas de combate a este último, que causaria (?) danos permanentes à humanidade. Este site é do Greenpeace que, apesar de muitas vezes visto como "anti-progressista" e de também conter integrantes mal-intencionados (não existe ainda cura para este mal), continua a fazer um belo trabalho pela população mundial, que não - em sua maioria - está realmente ligando para isso.
Bem, eu ligo. Se não estiver muito ocupado, dê uma lida na matéria do link, ok?


Deixo meu desejo de feliz dia das mães, às mães!
Aos demais, bom domingo.

10 de maio de 2007

Don't worry!

Vim rapidinho, só pra deixar um super link* e uma mensagem sobre pensamento positivo:
Hehehe . ;)
Abraços a todos e tenham um lindo começo de fim ( ? ) de semana.


*"I love to singa": para mim, best cartoon ever! Vale assistir.

9 de maio de 2007

"Professora, o que é 'sutil'?"

Às segundas e quartas tenho uma turminha com 9 cidadãos entrando em sua fase adolescente. Todas as aulas são um desafio para mim, afinal adolescentes gostam é de testar limites - e eles o fazem com minha paciência inglesa. Fiz com eles hoje um quiz e pedi que dividissem a turma em 2 grupos. Eles disseram: "-Meninas contra meninos, teacher!", e assim foi. Perguntava, eles respondiam. Muito sabidos que são, acertavam quase tudo. (A professorinha puxa-saco não exagerou, desta vez. Eles são bons, mesmo.) Deu-se que as meninas ganharam por 20 pontos a 14. Como esperado, começaram então os comentários. E destes surgiu um assunto bastante polêmico e discutido: afinal, homens são mesmo mais inteligentes que mulheres? My goodness! Foi uma calorosíssima discussão. Meninas argumentavam, meninos rebatiam, e eu, sem saída, juntei-me ao debate para tentar conter o frisson daqueles encantadores adolescentes destruidores de nervos. Tamanha é a capacidade de análise e aprendizado desses pequenos que fiquei babando durante a conversa ao invés de contê-los. Bem, rasgações de seda à parte, num determinado momento uma das meninas se exaltou um pouco e foi um tanto quando grosseira com um colega. Pedi-lhe, então, que fosse mais sutil e disse-lhe que assim ela seria até melhor interpretada. Não demorou 1 segundo e: "-Mas professora, o que é 'sutil'?". Fiquei um pouco intrigada com aquela pergunta e tive um flash de memória lá dos meus 13 anos. Acho que mais polite do que eu era, impossível. Eu não tinha computador, internet, TV a cabo nem nada disso, mas tinha um dicionário e sabia o que "sutileza" significava... Passado o pensamento egocêntrico, e de volta à memória a condição de teacher, expliquei o que era ser sutil. A aluna me olhou com cara de esclarecimento e se redimiu junto ao colega. Não se passaram 30 segundos e a discussão continuou, mas a sutileza reinou naquela hora.

Todos os dias o que se vê é uma banalização do outro, um egoísmo infundado, falta de boa-fé. O mundo está marcado por atos inpensados, pessoas despreparadas, desconhecedoras de si mesmas. Ah, utopia! Que a humanidade fosse formada por adolescentes como os meus, de segundas e quartas, que aprendem em uma lição o valor e a importância da simples sutileza. São coisas tão simples a serem mudadas, mas são tantas que parece não haver jeito. Parece... Meu nome deveria ser Esperança.

8 de maio de 2007

Para deixar claro o gosto por revivals


Disse ontem que estava ouvindo a trilha do Peanuts (versões ao piano por George Winston, mas originalmente criada por Vince Guaraldi) e que isso me deixava com um gostinho de infância na boca. Para marcar o primeiro revival deste blog, falo hoje sobre Lucy van Pelt, essa menininha bonitinha da "Turma do Charlie Brown", que é o alter ego do meu lado negro, aquele que costumo deixar no armário quando acordo pela manhã.
Lucy é uma menina mandona, egoísta e extremamente sarcástica - além de cínica, escandalosa, impaciente, mal-humorada, egocêntrica e um tanto quanto malvada.
*Acalmem seus nervos, senhores, não estou me descrevendo. É que ela tem um bocado do que todos temos escondido dentro de nós mas mantemos a sete chaves. E, sinceramente, ela me lembra muito de mim mesma durante o maravilhoso período da Tensão P-Menstrual. Mas só então.*
Mas, apesar de tudo, Lucy tem um coração, que é todinho, todinho do Schroeder - que prefere Beethoven:


Ou, quem sabe, reservado para carinhos caninos:


Enfim. Definitivamente, tenho Lucy van Pelt como uma figura curiosa e encantadora, com suas facetas mais do que variadas. E não canso de divertir-me com suas tiradas e argumentos sem lógica.
Ofereço, por isso, um brinde a ela (se possível, com uma gelada e deliciosa limonada suíça).


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Falando um pouco sobre a trilha sonora, quem não lembra dela? Aqueles instrumentais maravilhosos que entravam perfeitamente a cada cena, para cada personagem. Uma das minhas favoritas é a que rolava quando o Snoopy entrava no "Masked Marvel" e viajava por aí...
Deixo aqui, então, minha primeira recomendação musical: ouçam Vince Guaraldi e os temas do Peanuts. Acreditem: eles deixam mesmo um gostinho muito bom de infância na boca. ;)

Boa quarta-feira,

7 de maio de 2007

Just beginning

"Flor-e-sendo"*: brincadeira poética com o verbo florescer (1.: Produzir flores; florir - 2.(fig): Prosperar; desenvolver-se brilhantemente) mais o apelido "Flor", que me deu uma amiga querida. Flor-e-ser... Ser uma flor e florescer. Bem, vocês já entenderam.

Florescer realmente é uma tarefa difícil. Requer que se pense, que se sinta, analise, veja, ouça, cale, vá, fale, fique, vá... Complicado, isso. Mas como não vim ao mundo a passeio, sei que floresço um pouco a cada dia.
Falo sobre isso porque neste momento estou ouvindo a trilha sonora do Peanuts e lembrando muito da minha recente (risos) infância. Tempos felizes, aqueles. Havia bons desenhos na TV, quadrinhos interessantes para se ler, filmes mais bem elaborados que não precisavam apelar tanto pra violência para serem sucesso. Saudades do Pica-Pau e suas brincadeiras "inocentes" - sim, naquela época, por mais estranho que isso possa parecer, eu pensava que ele era uma boa "pessoa"-. Papai sempre sentava para assistir comigo.

Ando meio nostálgica. "Ah, tempos que não voltam mais..." Acho que a molecada de hoje vive num mundo realmente cão (tudo bem, vamos mudar a expressão "cão", porque eu gosto dos cães. Direi "cruel". Isso, cruel.), um mundo bastante cruel. Eles têm tanto ao alcance que nem se dignam a usufruir disso. Dou aulas de inglês e muitas vezes preciso explicar aos meus pupilos coisas absurdas, que aprendemos na escola primária, como simples "pronomes pessoais do caso reto": eu, tu, ele, nós, vós, eles. É claro que não generalizo; acredito e conheço grandes e jovens promessas, mas é impressionante como coisas importantíssimas como a própria língua nativa estão sendo deixadas de lado por grande parte desta nova geração. Ainda hoje ouvi um amiguinho do meu irmão dizer que "Não gosto de Português, prefiro Inglês. Quando ficar mais velho, não quero morar aqui. Pretendo mesmo é se mudar pros EUA".
Não quero parecer conhecedora da verdade absoluta, mas acho que está tudo muito errado. Quando falo sobre o mundo ser cruel é porque penso que o futuro está sendo muito mal planejado pelos presentes. Quer dizer, o problema com as crianças é, na verdade, culpa dos adultos. E isso parece tender a piorar com o passar do tempo. Mas ainda me restam fortes esperanças de mudança.

Well (relevem os picos de inglês, sou uma teacher!), como pretendia apenas inaugurar esta página, e não abordar tópico algum, acabei me excedendo. Deixo, pois, o resto deste pensamento para uma próxima vez. (Oh, sim! Haverá um revival deste assunto.) Espero que gostem das "besteiras" que escrever aqui. Convido-os a sempre visitar, nem que seja apenas para um cafezinho com creme. =)
Boa semana a todos.


*Vide Marla de Queiroz com suas poesias de há-mar. Bon apetit!